O RISCO REPUTACIONAL DE UMA EMPRESA

O RISCO REPUTACIONAL DE UMA EMPRESA

Muito já se disse e se sabe sobre a velocidade e descentralização das informações que circulam pelas redes de internet e redes sociais. Hoje em dia, literalmente, uma informação ou ocorrência pode ficar de conhecimento público mesmo que ela sequer seja difundida ou transmitida pelos meios tradicionais, jornais, rádios ou TV.

Diante disso, vê-se no dia a dia que diversas empresas simplesmente ignoram problemas ou questões que podem implicar em claro risco para deterioração de sua própria marca e valor como empresa perante o mercado, ainda que, elas próprias, se digam empresas com responsabilidade social.

Ainda que diversas empresas já adotem políticas e mecanismos de “compliance”, no bojo do qual elaboram mapas dos riscos que podem impactar o negócio como um todo, é inacreditável como se dá pouco ou nenhum valor a questões com implicação ética e/ou social que podem traduzir significativo impacto na imagem da empresa, que se traduzem como perda real de faturamento em um mercado cada vez mais competitivo, e no qual se anseia mais por valor do que por preço no momento da aquisição de bens e serviços.

Nesse sentido, o quanto o consumidor evitará ter de escolher uma marca ou empresa que saiba ser altamente poluente? Ou cujas políticas de trabalho já tenham sido denunciadas publicamente como degradantes?

O revés da pergunta anterior, o quanto o consumidor aceitará pagar a mais por um produto ou serviço equivalente apenas por acreditar que a empresa ou marca em questão possuem um valor social tangível, e não puramente econômico ? Várias empresas estão aí para demonstrar que são sustentáveis mesmo adotando políticas e fazendo escolhas de fornecedores não guiadas exclusivamente pela métrica econômica.

Assim, para empresas que buscam agregar mais valor à sua marca, ou que buscam oportunidades junto a empresas com uma responsabilidade social acentuada, é vital que elas mapeiem com cuidado os riscos relativos às questões éticas e sociais, atribuindo valor tangível à hipótese de sua ocorrência, e, em consequência, estabelecer formas de mitigar estes riscos mapeados, tudo de preferência dentro de uma política de “compliance” na empresa, de forma a integrar o processo decisório.